domingo, 31 de março de 2013

Filme A Caixa - sci-fi ( James Marsden, Cameron Dias)


Esse filme tem sua mensagem, aliás como todos os filmes desse mundo tem, mas esse filme tem uma mensagem que muitos podem interpretar de varias maneiras, das que lhe couberem ou forem mais apropriadas.
A mensagem real poucos vao conseguir perceber...
A maioria criticou negativamente, poucos falaram abertamente qual a mensagem real passada, por medo que fossem apontados como malucos...
Ficam presos na servidao ao sistema e nao arriscam contar o que de real o filme quis dizer.
Todos filmes tem suas falhas, nao vi ainda um filme que fosse completamente perfeito...
Entao...mais uma coisa, um filme que as vezes as pessoas nao entende hoje em dia, como foi o caso do filme 1984 ( que na epoca nao fez mto sentido para a massa e que hj em dia faz- claro que os eruditos sabiam o que ele queria dizer, mas calaram-se), amanha a mensagem vai ser percebida mais facilmente e todos correm tentando resgatar o que o filme mostrou e cegamente deixaram escapar.
E voce, que tal assistir e analisar, depois pode comentar suas impressoes com amigos ou em foruns na net...bom filme...
Volto em breve para falar mais sobre ele....


Enviado em 26/10/2009
O que você faria se lhe entregassem uma caixa com apenas um botão e que se você o apertasse lhe deixaria milionário mas, ao mesmo tempo, tirasse a vida de alguém que você não conhece? Norma Lewis (Cameron Dias) é uma professora e o seu marido, Arthur (James Marsden), é um engenheiro da NASA. Eles são um casal com um filho que leva uma vida normal morando no subúrbio. Tudo muda quando um misterioso homem aparece com uma proposta tentadora: a caixa. Norma e Arthur têm 24 horas para fazer a escolha. Logo eles irão descobrir que certas escolhas estão fora de seu controle e vão muito além da fortuna e do destino.

A Caixa (The box) estréia dia 04/12/2009 nos cinemas.

visite: http://www.imagemfilmes.com.br/imagem...

critica
http://moviesense.wordpress.com/2010/03/05/the-box-a-caixa/
Alguns diretores parecem ter nascido para fazer um único filme decente na vida. Pelo menos até que eles consigam provar o contrário. Alguns conseguem, como foi o caso de Paul Thomas Anderson. Depois de Magnolia, Anderson amargou vários anos sem lançar nada decente até que, em 2007, apresentou o denso, obscuro e interessante There Will Be Blood. Outros diretores seguem derrapando para sair do lodo, como é o caso de Richard Kelly. Depois de lançar o excelente Donnie Darko, Kelly assinou dois filmes ruins. O último, The Box, é o típico exemplo de filme pretensioso que, ao tentar ser melhor do que o material original que o inspirou, só deixa ainda mais claro como o resultado ficou ruim. Exagerado do primeiro ao último minuto, cheio de referências e “viagens” desnecessárias – até para os padrões do roteirista e diretor -, The Box é uma verdadeira perda de tempo.
A HISTÓRIA: Um memorando interno emitido pela base militar de Langley comunica que o paciente Arlington James Stewart (Frank Langella), que havia sido ressuscitado pela equipe do hospital local, recebeu alta para um local indeterminado. Na cidade de Virginia, em 1976, Norma (Cameron Diaz) acorda depois de ouvir um barulho as 5h45min. Seu marido, Arthur Lewis (James Marsden), acredita que alguém tocou a campainha da residência. Norma desce as escadas e vê um carro escuro partir antes de abrir a porta da frente de casa. Na soleira da porta, ela encontra uma caixa. Ao abrí-la, na cozinha, ela, o marido e o filho Walter (Sam Oz Stone) descobrem um aparato estranho. Uma caixa com uma redoma transparente fechada que protege um botão vermelho. Junto com ela, um cartão informando que o Sr. Stewart entrará em contato. Quando ele aparece, Norma conhece um homem tenebroso que lhe faz uma proposta infame: se em 24h ela apertar o botão vermelho da caixa, alguém que ela não conhece morrerá e, em retribuição, Norma receberá US$ 1 milhão.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Box): A idéia original de The Box foi escrita por Richard Matheson e lançada, posteriormente, como um episódio da série The Twilight Zone. O episódio Button, Button foi exibido em 1986 e pode ser conferido no Youtube nestes links (parte 1 e parte 2). O episódio do The Twilight Zone é infinitamente melhor do que The Box. Assisti ele depois do filme, o que ressaltou ainda mais a minha impressão de que eu tinha acabado de ver um verdadeiro lixo.
Pior do que uma refilmagem e/ou ampliação de uma idéia original pura e simples – para muitos, diretores e roteiristas deveriam se preocupar basicamente em produzir conteúdo novo – é quando tal adaptação de uma obra alheia resulta em um produto pior do que o original. Este é o caso de The Box. Criado para ser um filme tenso, dramático e carregado de dilemas morais, a nova produção comandada por Richard Kelly parece cozinhar em banho maria do primeiro até o último minuto.
Francamente, não me senti tensa em momento algum do filme. Nem me convenci com o caldeirão de referências e a mistureba que Kelly fez ao trazer para um suspense com levada de crise econômica e dilema moral uma série de outros elementos conspiratórios. A troco de quê ele mistura militares, cientistas da NASA, figuras que parecem ter saído de previsões apocalípticas e simula dilemas morais e um fundo religioso? Alguns podem dizer que, como sempre faz em sua carreira, para confundir os espectadores. Ok. Mas diferente de Donnie Darko, aqui as confusões e a mistureba de referências não resultam em um filme interessante ou mesmo de qualidade. Pior: ele cai em uma lição de moral que o filme cult de 2001 não fez a besteira de cair.
Para mim, Richard Kelly parece o tipo de diretor que tomou drogas demais em determinado momento de sua vida e hoje trabalha refletindo em seus filmes as sequelas de seus abusos. Porque não há muita justificativa para explicar suas elocubrações com The Box. O diretor e roteirista tenta misturar teorias conspiratórias com uma cinebiografia estranha. Em várias entrevistas, ele destacou como este pode ser o seu “filme mais pessoal” porque, segundo ele, os personagens principais – e o filho deles – reproduzem em parte a sua própria história.
Falemos sobre isso. Quem assistir ao episódio Button, Button vai perceber que a história original se debruçava sobre um casal em crise conjugal e financeira. A protagonista era Norma Lewis (uma excelente Mare Winningham, superior na interpretação a Cameron Diaz), uma mulher “largada” que aparentemente passava os dias sem muita preocupação com a higiene e reclamando do marido “paspalho” (e um pouco gago) Arthur, interpretado pelo também excelente Brad Davis. Os dois viviam em uma “época magra”, cheios de privações, e por isso ficou tão convincente a questão do dilema moral. Mas eles não tinham nenhum filho ou ligação com militares, NASA ou agências de inteligência estadunidenses.
Essas mudanças radicais na história original e a sua ampliação seguem o desejo de Kelly em tornar a história mais “curiosa”, tensa e com referências autobiográficas. Segundo este artigo do site Ain’t It Cool News, que abriga uma entrevista bastante longa com o diretor, a principal referência para os protagonistas de The Box foram seus próprios pais. Kelly disse na entrevista que ao ampliar uma história que tinha originalmente seis páginas para um longa, ele quis “aprofundar” o drama de um casal de classe média de 1976. Na entrevista, ele faz referência a Alfred Hitchcock, mas nem preciso dizer que ele está a muitas léguas de distância do mestre do suspense, não é mesmo? Não apenas pela forma de narrativa e pela construção de personagens muito mais densa e psicológica que caracterizava Hitchcock, mas também pela técnica de filmagens infinitamente superior do diretor em relação a Kelly.
Mas deixemos as comparações de lado – até porque é injusto comparar Hitchcock com Kelly. O diretor de The Box afirma que em 1976 ele tinha um ano de idade, e que o personagem de Walter teria entre 10 e 11 anos mas que, mesmo assim, seria justo fazer um paralelo entre ambos. “(…) esse filho único talvez seja uma representação minha na história”, afirmou Kelly. O diretor filmou em Langley durante uma semana para caracterizar o personagem de Arthur, que em The Box trabalha para a NASA – no mesmo local e para a mesma instituição o pai de Kelly trabalhou por 15 anos. E a personagem de Norma foi transformada em uma professora de escola, como foi a mãe do diretor.
Além disso, Kelly apresentou Cameron Diaz e James Marsden para seus pais. Eles foram o “laboratório” dos atores para os personagens principais de The Box. Cameron Diaz, por exemplo, conversou com a mãe de Kelly por 45 minutos e gravou tudo para, depois, tentar reproduzir o seu sotaque texano no filme. Os dois atores passaram bastante tempo com os pais de Kelly para exprimirem em seus personagens algumas das características deles. Talvez essa forma de “homenagem” do diretor para seus próprios pais tenha lhe prejudicado no final das contas.
Desde o início, mesmo para as pessoas que não assistiram ao episódio de The Twilight Zone original, fica evidente que os Lewis vão apertar o tal botão. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). As dúvidas que ficam no ar são, basicamente, duas: o que irá acontecer depois que o botão é apertado e quem está por trás de tudo isso? Estas questões conduzem o filme até o final, sem apresentar, contudo, uma resposta definitiva. Fica evidente, claro, que a sequência de botões apertados parece não ter fim. Mas o que acontece depois que este experimento continua a reproduzir os mesmos resultados?
The Box faz uma salada mista de conspirações governamentais, dilemas morais, pessoas mutiladas, uma permanente idéia de “purgatório”, crimes passionais, referências a Sartre, a velha dualidade da ciência versus a magia (ou a fé) e acontecimentos sobrenaturais. Tudo isso para quê, exatamente? (SPOILER – não leia este e os próximos parágrafos se você não assistiu ao filme – último aviso). Nem toda produção precisa terminar respondendo todas as perguntas. Há muitos filmes bons por aí que comprovam isso. Mas um suspense com tintes de ficção científica como este lança perguntas demais para simplesmente terminar sem respostas.
O final de The Box abre um leque para várias possibilidades. Steward aparentemente era apenas uma peça de uma intricada engrenagem de pessoas envolvidas em uma experiência de “teste de humanos”. Em certo momento do filme, Steward explica para um de seus empregados sinistros que para a Humanidade passar por este teste, é muito simples: basta um número significativo de pessoas não apertarem o botão. Mas mesmo que isso ocorra, “haverá mais testes”.
Isso tudo para que, exatamente? Em seguida, o personagem de Steward responde a esta pergunta com uma lição moral: “Se os seres humanos não sacrificarem seus desejos pessoais para o bem maior de sua raça, não há chance de sobrevivência”. O resultado para a falta de altruísmo seria o extermínio da raça humana. Mas quem seriam os “empregadores” de Steward? Ele seria a “besta do Apocalipse”, a forma de Deus em testar definitivamente a Humanidade? Por que, neste plano “superior” de teste da “raça humana”, estão envolvidos militares, NASA e a NSA (Agência de Segurança Nacional) estadunidenses?
The Box é o exemplo clássico de que as perguntas sem respostas conclusivas do material original eram muito mais interessantes do que estas perguntas com respostas direcionadas do material de Richard Kelly. Em Button, Button o casal não é informado que a caixa seria reprogramada e entregue para outras pessoas depois que o botão fosse pressionado. Essa informação é fundamental para a história – afinal, com base nela fica evidente que o círculo vicioso serguirá sobre as mesmas bases e que o casal de protagonistas será a próxima vítima do processo. Por isso mesmo ela é revelada no final de Button, Button e, estranhamente, no início de The Box.
A protagonista de Button, Button aperta o botão porque, em primeiro lugar, não acredita que aquela oferta do obscuro Mr. Steward seja real. Movida por cobiça e por curiosidade, também por um sentido de “transgressão”, Norma Lewis aperta o botão porque jamais poderia imaginar que seu gesto colocaria ela e o marido em perigo. Mas estas questões se diluem em The Box.
A incerteza sobre a veracidade da oferta de Mr. Steward fica menos evidente pela própria deformação do personagem – se um homem sobrevive sem metade da face, provavelmente ele será capaz de provocar a morte de uma outra pessoa desconhecida. Depois, a informação de que o circulo vicioso da caixa prosseguirá é revelada desde o início, e a falta de inteligência dos protagonistas para perceber e dimensionar isso só demonstra como os personagens são pouco críveis. Afinal, estamos falando de uma professora que ensina Sartre e um cientista que trabalha para a NASA. Razões que só reforçam a falta de sentido da narrativa.
The Box, mais que um suspense com levada de ficção científica, se revela um conto moralista. A história evidencia o desejo de Richard Kelly em traçar um paralelo entre seu roteiro e os danos provocados pelo capitalismo, por nossa sociedade consumista e que se preocupa mais com o progresso do que com a preservação da Natureza. O egoísmo e a ambição seriam os caminhos perfeitos para a destruição da Humanidade. A solução, vaticina Kelly, estaria em atitudes altruístas.
A crítica ao capitalismo fica evidente ao sugerir que os atos simbólicos do filme reproduzem o assassinato de “inocentes” desconhecidos provocados por uma sociedade injusta, na qual pessoas inteligentes e com acesso a bons postos de trabalho esmagam, indiretamente (e sem se importar) os indivíduos que não tiveram as mesmas oportunidades. A intenção de Kelly pode até ser boa, mas resulta em um filme ruim, piegas e que se explica demais em alguns pontos.
Achei curioso também que em The Box é sempre a mulher a pessoa responsável por apertar o maldito botão vermelho. Certo que em Button, Button a responsável pela “morte de um inocente desconhecido” também foi uma mulher. Mas esse ato poderia ser aleatório – o próximo casal a receber a caixa poderia ter o marido como a figura que decidisse acionar o aparato. Nada sugere que a mulher “era o diabo”, algo que The Box deixa escancarado. Esta seria outra referência à Bíblia? Norma e as outras duas mulheres que apertam o botão em The Box seriam reproduções da figura de Eva, a primeira humana a experimentar o pecado?
As referências ao inferno e ao purgatório ficam evidente no filme. Primeiro, pelo paralelo da história contada por Norma em sala de aula e sua própria realidade no final do roteiro. Norma seria Estelle na peça teatral Entre Quatro Paredes escrita por Sartre? O paralelo fica evidente – e aprofundaria anda mais a leitura de que os Lewis estariam no inferno de sua própria consciência e culpa. Mas onde entraria, nesta leitura, o “realismo” de um teste feito para avaliar a Humanidade?
Essa dúvida entre a crítica da realidade e o mergulho em um conto moral é o que enfraquece The Box. Ao não se definir, o filme mistura ciência com religião, algo que não está em jogo na excelente peça de Sartre, por exemplo. A questão da consciência se dissolve em meio a outros elementos. Mas o tom de conto moralista e distante da realidade é reforçado pela narrativa exagerada da produção.
A direção de fotografia do filme – que tenta reproduzir as técnicas do cinema da década de 1970 – e, principalmente, as interpretações superficiais e vários tons acima do ideal (caricatas) dos protagonistas reforçam a idéia de que a história não passa de uma fantasia, uma peça integralmente de ficção. A incongruência entre a fantasia e a vontade do diretor em basear a produção em elementos reais (um local específico, em uma época idem e misturando símbolos dos Estados Unidos) e autobiográficos só revela o quanto Richard Kelly está perdido.
NOTA: 3,5.
OBS DE PÉ DE PÁGINA: A base militar de Langley é atualmente a “base aérea com atividade contínua mais antiga do mundo”, segundo esta pagina da About.com sobre a estrutura militar estadunidense. Mas o local não ficou conhecido apenas por sua tradição militar. Segundo este texto do Centro de Ufologia Brasileiro, Langley abrigava as “informações mais importantes sobre o Projeto de Órbita Lunar” do governo norte-americano na década de 1960.
As informações que eram recolhidas por diferentes especialistas ao redor do mundo seriam, na época, enviadas para serem recompiladas em Langley, sob a administração da NSA (Agência de Segurança Nacional). Ou seja, o local é um ponto importante para a questão da “manipulação do governo dos Estados Unidos” sobre dados referentes a exploração da lua, extraterrestres e etcétera. Um prato cheio para teorias conspiratórias. Sendo a mais antiga base militar dos Estados Unidos e um dos principais centros de inteligência do país, Langley aparece sendo citada ainda em outras polêmicas e teorias sobre conspirações.
Richard Kelly também fala sobre as suas intenções com o filme nesta materia (em inglês) da Sci-Fi Wire. Ele comenta que a amplitude que ele deu para a história original de Richard Matheson pretende preservar aquele que ele considera o principal significado do conto original: que o ato de apertar o botão “é a chave para a queda do homem”. Nesta ex para o portal Movies.com, Kelly comentou que ficou obcecado com a história de Button, Button desde que a assistiu pela primeira vez, quando tinha uns 11 anos de idade. O diretor disse ter sido inspirado como episódios como aquele e que Matheson era um de seus autores preferidos. A diferença entre a época daquela entrevista e o que realmente aconteceu é que Eli Roth saiu do projeto e ele foi assumido integralmente por Kelly.
A nota que eu dei para o filme é justificada por dois elementos: a referência sempre importante de um filósofo como Jean-Paul Sartre inserida em um filme comercial como este e o seu “visual de época”. A direção de fotografia de Steven Poster é o que o filme tem de melhor. Porque o restante… não gostei do roteiro, que achei muito confuso e fraco. A direção de Richard Kelly é bastante tradicional, pouco (ou nada) inventiva e, consequentemente, óbvia. Os atores não convencem – o melhor deles, apesar dos pesares, ainda é Frank Langella (coitado!). Interessante o esforço de Kelly em filmar com uma câmera Genesis, que era utilizada nas produções dos anos 1970, mas essas características técnicas e a referência a Sartre não são suficientes para salvar o filme.
Falando no filósofo francês, vale a pena a leitura deste texto de Luciene Félix sobre Sartre. Interessante, em especial, a leitura da autora para a peça Entre Quatro Paredes. Recomendo, também, é claro, a obra original de Sartre. leia mais no link acima: