Esse filme tem sua mensagem, aliás como todos os filmes desse mundo tem, mas esse filme tem uma mensagem que muitos podem interpretar de varias maneiras, das que lhe couberem ou forem mais apropriadas.
A mensagem real poucos vao conseguir perceber...
A maioria criticou negativamente, poucos falaram abertamente qual a mensagem real passada, por medo que fossem apontados como malucos...
Ficam presos na servidao ao sistema e nao arriscam contar o que de real o filme quis dizer.
Todos filmes tem suas falhas, nao vi ainda um filme que fosse completamente perfeito...
Entao...mais uma coisa, um filme que as vezes as pessoas nao entende hoje em dia, como foi o caso do filme 1984 ( que na epoca nao fez mto sentido para a massa e que hj em dia faz- claro que os eruditos sabiam o que ele queria dizer, mas calaram-se), amanha a mensagem vai ser percebida mais facilmente e todos correm tentando resgatar o que o filme mostrou e cegamente deixaram escapar.
E voce, que tal assistir e analisar, depois pode comentar suas impressoes com amigos ou em foruns na net...bom filme...
O que você faria se lhe entregassem
uma caixa com apenas um botão e que se você o apertasse lhe deixaria
milionário mas, ao mesmo tempo, tirasse a vida de alguém que você não
conhece? Norma Lewis (Cameron Dias) é uma professora e o seu marido,
Arthur (James Marsden), é um engenheiro da NASA. Eles são um casal com
um filho que leva uma vida normal morando no subúrbio. Tudo muda quando
um misterioso homem aparece com uma proposta tentadora: a caixa. Norma e
Arthur têm 24 horas para fazer a escolha. Logo eles irão descobrir que
certas escolhas estão fora de seu controle e vão muito além da fortuna e
do destino.
A Caixa (The box) estréia dia 04/12/2009 nos cinemas.
visite:
http://www.imagemfilmes.com.br/imagem...
critica
http://moviesense.wordpress.com/2010/03/05/the-box-a-caixa/
Alguns diretores parecem ter nascido para fazer um único filme
decente na vida. Pelo menos até que eles consigam provar o contrário.
Alguns conseguem, como foi o caso de
Paul Thomas Anderson. Depois de
Magnolia, Anderson amargou vários anos sem lançar nada decente até que, em 2007, apresentou o denso, obscuro e interessante
There Will Be Blood. Outros diretores seguem derrapando para sair do lodo, como é o caso de
Richard Kelly. Depois de lançar o excelente
Donnie Darko, Kelly assinou dois filmes ruins. O último,
The Box,
é o típico exemplo de filme pretensioso que, ao tentar ser melhor do
que o material original que o inspirou, só deixa ainda mais claro como o
resultado ficou ruim. Exagerado do primeiro ao último minuto, cheio de
referências e “viagens” desnecessárias – até para os padrões do
roteirista e diretor -, The Box é uma verdadeira perda de tempo.
A HISTÓRIA: Um memorando interno emitido pela base militar de Langley comunica que o paciente Arlington James Stewart (
Frank Langella),
que havia sido ressuscitado pela equipe do hospital local, recebeu alta
para um local indeterminado. Na cidade de Virginia, em 1976, Norma (
Cameron Diaz) acorda depois de ouvir um barulho as 5h45min. Seu marido, Arthur Lewis (
James Marsden),
acredita que alguém tocou a campainha da residência. Norma desce as
escadas e vê um carro escuro partir antes de abrir a porta da frente de
casa. Na soleira da porta, ela encontra uma caixa. Ao abrí-la, na
cozinha, ela, o marido e o filho Walter (
Sam Oz Stone)
descobrem um aparato estranho. Uma caixa com uma redoma transparente
fechada que protege um botão vermelho. Junto com ela, um cartão
informando que o Sr. Stewart entrará em contato. Quando ele aparece,
Norma conhece um homem tenebroso que lhe faz uma proposta infame: se em
24h ela apertar o botão vermelho da caixa, alguém que ela não conhece
morrerá e, em retribuição, Norma receberá US$ 1 milhão.
VOLTANDO À CRÍTICA (SPOILER – aviso aos navegantes
que boa parte do texto à seguir conta momentos importantes do filme, por
isso recomendo que só continue a ler quem já assistiu a The Box): A
idéia original de The Box foi escrita por
Richard Matheson e lançada, posteriormente, como um episódio da série
The Twilight Zone. O episódio
Button, Button foi exibido em 1986 e pode ser conferido no Youtube nestes links (
parte 1 e
parte 2).
O episódio do The Twilight Zone é infinitamente melhor do que The Box.
Assisti ele depois do filme, o que ressaltou ainda mais a minha
impressão de que eu tinha acabado de ver um verdadeiro lixo.
Pior do que uma refilmagem e/ou ampliação de uma idéia original pura e
simples – para muitos, diretores e roteiristas deveriam se preocupar
basicamente em produzir conteúdo novo – é quando tal adaptação de uma
obra alheia resulta em um produto pior do que o original. Este é o caso
de The Box. Criado para ser um filme tenso, dramático e carregado de
dilemas morais, a nova produção comandada por Richard Kelly parece
cozinhar em banho maria do primeiro até o último minuto.
Francamente, não me senti tensa em momento algum do filme. Nem me
convenci com o caldeirão de referências e a mistureba que Kelly fez ao
trazer para um suspense com levada de crise econômica e dilema moral uma
série de outros elementos conspiratórios. A troco de quê ele mistura
militares, cientistas da NASA, figuras que parecem ter saído de
previsões apocalípticas e simula dilemas morais e um fundo religioso?
Alguns podem dizer que, como sempre faz em sua carreira, para confundir
os espectadores. Ok. Mas diferente de Donnie Darko, aqui as confusões e a
mistureba de referências não resultam em um filme interessante ou mesmo
de qualidade. Pior: ele cai em uma lição de moral que o filme cult de
2001 não fez a besteira de cair.
Para mim, Richard Kelly parece o tipo de diretor que tomou drogas
demais em determinado momento de sua vida e hoje trabalha refletindo em
seus filmes as sequelas de seus abusos. Porque não há muita
justificativa para explicar suas elocubrações com The Box. O diretor e
roteirista tenta misturar teorias conspiratórias com uma cinebiografia
estranha. Em várias entrevistas, ele destacou como este pode ser o seu
“filme mais pessoal” porque, segundo ele, os personagens principais – e o
filho deles – reproduzem em parte a sua própria história.
Falemos sobre isso. Quem assistir ao episódio Button, Button vai
perceber que a história original se debruçava sobre um casal em crise
conjugal e financeira. A protagonista era Norma Lewis (uma excelente
Mare Winningham,
superior na interpretação a Cameron Diaz), uma mulher “largada” que
aparentemente passava os dias sem muita preocupação com a higiene e
reclamando do marido “paspalho” (e um pouco gago) Arthur, interpretado
pelo também excelente
Brad Davis.
Os dois viviam em uma “época magra”, cheios de privações, e por isso
ficou tão convincente a questão do dilema moral. Mas eles não tinham
nenhum filho ou ligação com militares, NASA ou agências de inteligência
estadunidenses.
Essas mudanças radicais na história original e a sua ampliação seguem
o desejo de Kelly em tornar a história mais “curiosa”, tensa e com
referências autobiográficas. Segundo
este artigo
do site Ain’t It Cool News, que abriga uma entrevista bastante longa
com o diretor, a principal referência para os protagonistas de The Box
foram seus próprios pais. Kelly disse na entrevista que ao ampliar uma
história que tinha originalmente seis páginas para um longa, ele quis
“aprofundar” o drama de um casal de classe média de 1976. Na entrevista,
ele faz referência a
Alfred Hitchcock,
mas nem preciso dizer que ele está a muitas léguas de distância do
mestre do suspense, não é mesmo? Não apenas pela forma de narrativa e
pela construção de personagens muito mais densa e psicológica que
caracterizava Hitchcock, mas também pela técnica de filmagens
infinitamente superior do diretor em relação a Kelly.
Mas deixemos as comparações de lado – até porque é injusto comparar
Hitchcock com Kelly. O diretor de The Box afirma que em 1976 ele tinha
um ano de idade, e que o personagem de Walter teria entre 10 e 11 anos
mas que, mesmo assim, seria justo fazer um paralelo entre ambos. “(…)
esse filho único talvez seja uma representação minha na história”,
afirmou Kelly. O diretor filmou em Langley durante uma semana para
caracterizar o personagem de Arthur, que em The Box trabalha para a NASA
– no mesmo local e para a mesma instituição o pai de Kelly trabalhou
por 15 anos. E a personagem de Norma foi transformada em uma professora
de escola, como foi a mãe do diretor.
Além disso, Kelly apresentou Cameron Diaz e James Marsden para seus
pais. Eles foram o “laboratório” dos atores para os personagens
principais de The Box. Cameron Diaz, por exemplo, conversou com a mãe de
Kelly por 45 minutos e gravou tudo para, depois, tentar reproduzir o
seu sotaque texano no filme. Os dois atores passaram bastante tempo com
os pais de Kelly para exprimirem em seus personagens algumas das
características deles. Talvez essa forma de “homenagem” do diretor para
seus próprios pais tenha lhe prejudicado no final das contas.
Desde o início, mesmo para as pessoas que não assistiram ao episódio
de The Twilight Zone original, fica evidente que os Lewis vão apertar o
tal botão. (SPOILER – não leia se você não assistiu ao filme). As
dúvidas que ficam no ar são, basicamente, duas: o que irá acontecer
depois que o botão é apertado e quem está por trás de tudo isso? Estas
questões conduzem o filme até o final, sem apresentar, contudo, uma
resposta definitiva. Fica evidente, claro, que a sequência de botões
apertados parece não ter fim. Mas o que acontece depois que este
experimento continua a reproduzir os mesmos resultados?
The Box faz uma salada mista de conspirações governamentais, dilemas
morais, pessoas mutiladas, uma permanente idéia de “purgatório”, crimes
passionais, referências a Sartre, a velha dualidade da ciência versus a
magia (ou a fé) e acontecimentos sobrenaturais. Tudo isso para quê,
exatamente? (SPOILER – não leia este e os próximos parágrafos se você
não assistiu ao filme – último aviso). Nem toda produção precisa
terminar respondendo todas as perguntas. Há muitos filmes bons por aí
que comprovam isso. Mas um suspense com tintes de ficção científica como
este lança perguntas demais para simplesmente terminar sem respostas.
O final de The Box abre um leque para várias possibilidades. Steward
aparentemente era apenas uma peça de uma intricada engrenagem de pessoas
envolvidas em uma experiência de “teste de humanos”. Em certo momento
do filme, Steward explica para um de seus empregados sinistros que para a
Humanidade passar por este teste, é muito simples: basta um número
significativo de pessoas não apertarem o botão. Mas mesmo que isso
ocorra, “haverá mais testes”.
Isso tudo para que, exatamente? Em seguida, o personagem de Steward
responde a esta pergunta com uma lição moral: “Se os seres humanos não
sacrificarem seus desejos pessoais para o bem maior de sua raça, não há
chance de sobrevivência”. O resultado para a falta de altruísmo seria o
extermínio da raça humana. Mas quem seriam os “empregadores” de Steward?
Ele seria a “besta do Apocalipse”, a forma de Deus em testar
definitivamente a Humanidade? Por que, neste plano “superior” de teste
da “raça humana”, estão envolvidos militares, NASA e a NSA (Agência de
Segurança Nacional) estadunidenses?
The Box é o exemplo clássico de que as perguntas sem respostas
conclusivas do material original eram muito mais interessantes do que
estas perguntas com respostas direcionadas do material de Richard Kelly.
Em Button, Button o casal não é informado que a caixa seria
reprogramada e entregue para outras pessoas depois que o botão fosse
pressionado. Essa informação é fundamental para a história – afinal, com
base nela fica evidente que o círculo vicioso serguirá sobre as mesmas
bases e que o casal de protagonistas será a próxima vítima do processo.
Por isso mesmo ela é revelada no final de Button, Button e,
estranhamente, no início de The Box.
A protagonista de Button, Button aperta o botão porque, em primeiro
lugar, não acredita que aquela oferta do obscuro Mr. Steward seja real.
Movida por cobiça e por curiosidade, também por um sentido de
“transgressão”, Norma Lewis aperta o botão porque jamais poderia
imaginar que seu gesto colocaria ela e o marido em perigo. Mas estas
questões se diluem em The Box.
A incerteza sobre a veracidade da oferta de Mr. Steward fica menos
evidente pela própria deformação do personagem – se um homem sobrevive
sem metade da face, provavelmente ele será capaz de provocar a morte de
uma outra pessoa desconhecida. Depois, a informação de que o circulo
vicioso da caixa prosseguirá é revelada desde o início, e a falta de
inteligência dos protagonistas para perceber e dimensionar isso só
demonstra como os personagens são pouco críveis. Afinal, estamos falando
de uma professora que ensina Sartre e um cientista que trabalha para a
NASA. Razões que só reforçam a falta de sentido da narrativa.
The Box, mais que um suspense com levada de ficção científica, se
revela um conto moralista. A história evidencia o desejo de Richard
Kelly em traçar um paralelo entre seu roteiro e os danos provocados pelo
capitalismo, por nossa sociedade consumista e que se preocupa mais com o
progresso do que com a preservação da Natureza. O egoísmo e a ambição
seriam os caminhos perfeitos para a destruição da Humanidade. A solução,
vaticina Kelly, estaria em atitudes altruístas.
A crítica ao capitalismo fica evidente ao sugerir que os atos
simbólicos do filme reproduzem o assassinato de “inocentes”
desconhecidos provocados por uma sociedade injusta, na qual pessoas
inteligentes e com acesso a bons postos de trabalho esmagam,
indiretamente (e sem se importar) os indivíduos que não tiveram as
mesmas oportunidades. A intenção de Kelly pode até ser boa, mas resulta
em um filme ruim, piegas e que se explica demais em alguns pontos.
Achei curioso também que em The Box é sempre a mulher a pessoa
responsável por apertar o maldito botão vermelho. Certo que em Button,
Button a responsável pela “morte de um inocente desconhecido” também foi
uma mulher. Mas esse ato poderia ser aleatório – o próximo casal a
receber a caixa poderia ter o marido como a figura que decidisse acionar
o aparato. Nada sugere que a mulher “era o diabo”, algo que The Box
deixa escancarado. Esta seria outra referência à Bíblia? Norma e as
outras duas mulheres que apertam o botão em The Box seriam reproduções
da figura de Eva, a primeira humana a experimentar o pecado?
As referências ao inferno e ao purgatório ficam evidente no filme.
Primeiro, pelo paralelo da história contada por Norma em sala de aula e
sua própria realidade no final do roteiro. Norma seria Estelle na peça
teatral Entre Quatro Paredes escrita por
Sartre?
O paralelo fica evidente – e aprofundaria anda mais a leitura de que os
Lewis estariam no inferno de sua própria consciência e culpa. Mas onde
entraria, nesta leitura, o “realismo” de um teste feito para avaliar a
Humanidade?
Essa dúvida entre a crítica da realidade e o mergulho em um conto
moral é o que enfraquece The Box. Ao não se definir, o filme mistura
ciência com religião, algo que não está em jogo na excelente peça de
Sartre, por exemplo. A questão da consciência se dissolve em meio a
outros elementos. Mas o tom de conto moralista e distante da realidade é
reforçado pela narrativa exagerada da produção.
A direção de fotografia do filme – que tenta reproduzir as técnicas
do cinema da década de 1970 – e, principalmente, as interpretações
superficiais e vários tons acima do ideal (caricatas) dos protagonistas
reforçam a idéia de que a história não passa de uma fantasia, uma peça
integralmente de ficção. A incongruência entre a fantasia e a vontade do
diretor em basear a produção em elementos reais (um local específico,
em uma época idem e misturando símbolos dos Estados Unidos) e
autobiográficos só revela o quanto Richard Kelly está perdido.
NOTA: 3,5.
OBS DE PÉ DE PÁGINA: A base militar de Langley é atualmente a “base aérea com atividade contínua mais antiga do mundo”, segundo esta pagina da About.com sobre a estrutura militar estadunidense. Mas o local não ficou conhecido apenas por sua tradição militar. Segundo este texto
do Centro de Ufologia Brasileiro, Langley abrigava as “informações mais
importantes sobre o Projeto de Órbita Lunar” do governo norte-americano
na década de 1960.
As informações que eram recolhidas por diferentes especialistas ao
redor do mundo seriam, na época, enviadas para serem recompiladas em
Langley, sob a administração da NSA (Agência de Segurança Nacional). Ou
seja, o local é um ponto importante para a questão da “manipulação do
governo dos Estados Unidos” sobre dados referentes a exploração da lua,
extraterrestres e etcétera. Um prato cheio para teorias conspiratórias.
Sendo a mais antiga base militar dos Estados Unidos e um dos principais
centros de inteligência do país, Langley aparece sendo citada ainda em
outras polêmicas e teorias sobre conspirações.
Richard Kelly também fala sobre as suas intenções com o filme nesta materia
(em inglês) da Sci-Fi Wire. Ele comenta que a amplitude que ele deu
para a história original de Richard Matheson pretende preservar aquele
que ele considera o principal significado do conto original: que o ato
de apertar o botão “é a chave para a queda do homem”. Nesta ex
para o portal Movies.com, Kelly comentou que ficou obcecado com a
história de Button, Button desde que a assistiu pela primeira vez,
quando tinha uns 11 anos de idade. O diretor disse ter sido inspirado
como episódios como aquele e que Matheson era um de seus autores
preferidos. A diferença entre a época daquela entrevista e o que
realmente aconteceu é que Eli Roth saiu do projeto e ele foi assumido
integralmente por Kelly.
A nota que eu dei para o filme é justificada por dois elementos: a
referência sempre importante de um filósofo como Jean-Paul Sartre
inserida em um filme comercial como este e o seu “visual de época”. A
direção de fotografia de
Steven Poster
é o que o filme tem de melhor. Porque o restante… não gostei do
roteiro, que achei muito confuso e fraco. A direção de Richard Kelly é
bastante tradicional, pouco (ou nada) inventiva e, consequentemente,
óbvia. Os atores não convencem – o melhor deles, apesar dos pesares,
ainda é Frank Langella (coitado!). Interessante o esforço de Kelly em
filmar com uma câmera Genesis, que era utilizada nas produções dos anos
1970, mas essas características técnicas e a referência a Sartre não são
suficientes para salvar o filme.
Falando no filósofo francês, vale a pena a leitura deste texto
de Luciene Félix sobre Sartre. Interessante, em especial, a leitura da
autora para a peça Entre Quatro Paredes. Recomendo, também, é claro, a
obra original de Sartre. leia mais no link acima: